MST
22 de abril de 1500. Portugueses chegam ao Brasil e encontram uma população aproximada de cinco milhões índios. Os nativos não tinham a terra como negócio. Para eles, ela é um elemento sagrado de onde tiram o seu sustento. Com a chegada dos europeus os costumes indígenas são ignorados e suas terras ocupadas rateadas. A partir daí, começa dizimada a população indígena pelos grandes latifundiários, fazendeiros e grileiros. De acordo com dados do IBGE, em 2010 os índios representam apenas 0,47% da população brasileira. Só nos últimos dez anos, 560 índios foram assassinados segundo o Conselho Indigenista Missionário da Igreja. Os dados também mostram os assassinatos de conflitos entre índios, porém todos estão ligados à disputa por terra, informa o CIMI.
Mas não é só a população que sofre com a má distribuição da terra. Grande parte da população “branca” não tem um pedaço de onde tirar o seu sustento. Os que lutam por uma reforma agrária são mortos pelos latifundiários como ocorreu no dia 17 de abril de 1996, onde 19 sem-terra foram assassinados no município de Eldorado dos Carajás. As mortes aconteceram durante um confronte entre a Polícia Militar e os sem-terra. Nesse episódio, 1.500 manifestantes marcharam na rodovia BR-155, cobrando a desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A polícia foi chamada para intervir e utilizou de extrema repressão contra os militantes, usando gás lacrimogênio e atirando contra as pessoas. O médico legista Nelson Massini, que fez a perícia dos corpos, afirmou que pelo menos dez sem-terra foram executados a queima roupa.
Reforma agrária
A desigualdade social começa quando uns querem pedaço de terra para viver nela, tirar dali o seu sustento e criar suas famílias com dignidade, e outros a ambicionam grandes propriedades para obter lucro. O Brasil é um dos países mais extensos do mundo, com uma área de 8 514 876 km². Porém, em pleno século 21 má divisão da terra é a responsável por confrontos sangrentos entre sem-terra, índios, latifundiários e fazendeiros. Uma solução para esse conflito seria a realização da Reforma agrária sobre controle dos trabalhadores. O Estatuto da Terra (Lei nº 4504/64) prevê uma nova distribuição da terra, a fim de atender aos princípios de justiça social, desenvolvimento rural sustentável e aumento de produção.