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20 de novembro: Dia da Consciência Negra
Cota reduz a desigualdade de oportunidades

Google Imagens
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À nossa frente temos duas meninas brasileiras. Uma delas é branca, de classe média. Estuda em uma boa escola, particular, come bem, aprende outros idiomas, pratica esporte e tem várias opções de lazer. A outra menina é negra, pobre, estuda em uma escola pública de má qualidade, come mal, não tem acesso ao lazer e ajuda a cuidar dos irmãos. Qual delas terá mais dificuldade para passar em uma universidade pública? 
 
Se você respondeu que foi aquela que teve menos oportunidade e condições para se dedicar aos estudos, então entende porque as ações afirmativas, como a política de cotas para negros ingressarem no ensino superior, são tão importantes. “Cota não diz respeito a capacidade, capacidade sabemos que temos; cota diz respeito a oportunidades. São elas que não são as mesmas”, afirma a pesquisadora na área de Filosofia Política, Djamila Ribeiro*.
 
Estatísticas comprovam eficiência das cotas
 
Embora os negros representem mais da metade da população brasileira, ainda são poucos os que completam o ensino superior. A cota é uma das formas de diminuir as distâncias de acesso dessa população à universidade. As pesquisas mostram que ações como essas têm representado avanços significativos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)** o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação dobrou de 2005 (um ano após a implementação das cotas) para 2015, passando de 5,5% para 12,8%. 
 
No entanto esse número equivale a menos da metade dos jovens brancos com a mesma oportunidade, que eram 17,8% em 2005 e passaram para 26,5%, em 2015. Segundo o IBGE, a dificuldade de acesso ao diploma reflete o atraso escolar que é maior entre o grupo de estudantes negros do que entre os brancos. A pesquisa mostra ainda que os anos de ensino influenciam no salário, ou seja, quanto maior a escolaridade, maior o rendimento do trabalhador. Dessa forma, acabar com medidas afirmativas como essa significa perpetuar a desigualdade social e racial existentes no Brasil.
 
Cota não é esmola
 
Após a assinatura da Lei Áurea a população negra, que ficou mais de 300 anos escravizada, trabalhando, saiu das fazendas sem qualquer benefício para reiniciarem suas vidas ou pelo menos para serem incluídos na sociedade. Das senzalas, foram para as favelas. “É necessário conhecer a história deste País para entender porque certas medidas, como ações afirmativas, são justas e necessárias. Elas precisam existir justamente porque a sociedade é excludente e injusta para com a população negra”, afirma Djamila. Nesse sentido, as cotas são medidas compensatórias emergenciais que devem existir até que as desigualdades diminuam. “Aquela pessoa que está em situação de desigualdade precisa de mecanismos que visem o acesso dela à cidadania”, afirma.
 
Apoiar ações como essa é reavivar a luta de Zumbi dos Palmares, morto em 20 de novembro de 1695. Todos os anos, nessa data, celebra-se o Dia da Consciência Negra para relembrar a luta contra o racismo e pela igualdade. O SECI espera que essa seja mais uma oportunidade de se pensar sobre a dívida histórica do Brasil com a população negra. Afinal, como diz Djamila, vitimismo é alguém reclamar de exclusões que nunca passou.
 
“Experimenta nascer preto e pobre na comunidade
Você vai ver como são diferentes as oportunidades
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu racismo!
Existe muita coisa que não te disseram na escola!
Cota não é esmola!”
(Trecho do rap Cota não é esmola, composto por Bia Ferreira) 
 
* Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/ser-contra-cotas-raciais-e-concordar-com-a-perpetuacao-do-racismo-1359.html
** Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-12/percentual-de-negros-em-universidades-dobra-mas-e-inferior-ao-de-brancos
 

Fonte : Ascom/SECI




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